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12800134_1054618781272684_7155353979518889963_n“Dá trabalho ser mulher. Dá trabalho ser o que os outros esperam de nós e não aquilo que queremos ser. Dá trabalho ter força, inspiração, coragem, alegria genuína, vontade, e repetir todos os dias. Dá trabalho dizer não e exigir respeito. Dá trabalho não mendigar amor. Dá trabalho cuidar e gostar [mesmo muito] de nós. Dá trabalho fazer escolhas e tomar decisões. Dá trabalho ser diferente, ignorar quem não sabe, e viver bem com isso. Dá trabalho ‘brilhar’. Dá trabalho ter luz própria e nunca deixar que se apague. Dá trabalho ser mãe. Dá trabalho não ser mãe e explicar essa escolha, ou essa não-escolha. Dá trabalho ser filha, querer colo e voltar a ser pequenina. Dá trabalho educar. Dá trabalho proteger. Dá trabalho receber. Dá trabalho crescer. Dá trabalho acreditar. Dá trabalho saber esperar pelo tempo certo das coisas. Dá trabalho ter paciência. Dá trabalho o entendimento das coisas. Dá trabalho ceder. Dá trabalho confiar. Dá trabalho estar sempre bem. Dá trabalho estar sempre mal. Dá trabalho amar. Dá trabalho permanecer. Dá trabalho gostar-sem-mas. Dá trabalho renunciar. Dá trabalho desapegar. Dá trabalho desculpar, e ainda mais perdoar. Dá trabalho querer bem, praticar o bem, acreditar que o resto vem. Dá trabalho explicar o que só nós entendemos. Dá trabalho atravessar caminhos para alcançar o que buscamos. Dá trabalho fazer travessias no mais íntimo de nós e ainda ter coragem de nos abraçar. Dá trabalho ser mulher. E ser bem resolvida, e descomplicada, e cabeça arejada, e coração forte, e vontade limpa, e mesmo partida, ser inteira. Dá trabalho ser mulher. E dá trabalho aprender que sendo hoje tudo o que somos, amanhã seremos sempre mais do que aquilo que algum dia fomos, sente orgulho. Sente mesmo muito orgulho na Mulher que foste, na Mulher que és e na Mulher que ainda vais ser.

Feliz dia, Mulheres. Todos, todos os dias.

O que vou sabendo sobre as mulheres…

“São as mais fantásticas criaturas do universo e nós temos a sorte de partilhar o mesmo espaço que elas. No entanto…
São umas chatas do pior e não nos deixam ver o futebol em paz. São bipolares como o caraças e nunca estão satisfeitas com nada. São mestres do disfarce: têm sempre uma máscara para quem não gostam. Têm opinião sobre tudo, mesmo quando não entendem nada do assunto. Conseguem engordar-nos de mimos ao jantar e matar-nos de problemas ao deitar – ou vice-versa. São estranhas, problemáticas, caóticas. Metem o dedo na ferida como ninguém, e se possível vão até ao osso. Têm prazer em ver-nos sofrer quando estamos doentes, ou quando teimam em nos espremer as borbulhas e os pontos negros
 
-Tem calma, está quase
 
(De sorriso sádico na cara)
 
– Não sejas maricas
 
Enquanto nós, por outro lado, nos vamos contorcendo no meio de toda aquela carnificina. Para elas somos uns piegas, uns meninos da mamã, uns mariquinhas pé de salsa. Somos um compêndio de defeitos e coisas más. Nunca estamos bem, mesmo quando estamos bem. Nunca estamos no sítio certo, mesmo quando estamos no sítio certo. Não as compreendemos, nem temos um pingo de compaixão por elas. Não lhes distinguimos o
 
-Não…
 
Quando o
 
-Não…
 
Quer dizer
 
-Sim!
 
Trocam-nos as voltas com uma facilidade sobrenatural. Acabam onde começam e começam onde acabam. Amam-nos quando somos bons e não deixam de nos amar quando somos maus. Choram de alegria e sorriem de tristeza. São estranhas. Tanto nos esmurram o peito, como se aninham no nosso ombro. Olham-nos com vontades homicidas quando nos enganamos em coisas triviais. Mutilam-nos mentalmente quando nos esquecemos de coisas banais. Para nossa sorte gostam de artigos defeituosos. Queixam-se que se danam. Berram, insultam, esbofeteiam, esperneiam. Caminham sempre no limbo entre a bonança e a tempestade. São perfeitas nos defeitos e nós pecamos por não lhes dizer que o são. Trabalham numa frequência diferente da nossa, mas procuram sempre a sintonia. Esbofeteiam, esperneiam, berram e insultam. Felizmente para nós acreditam em histórias de princesas. Infelizmente para elas, nem todos os sapos escondem um príncipe. Inventaram aquele momento em que os olhares se misturam e os lábios tremelicam, aquele momento em que no meio de beijos e abraços, faça chuva ou faça sol, solta-se um
 
-Amo-te
 
Abafado entre lágrimas e sorrisos e um silêncio apavorante.
 
(Na expectativa de um
-Eu também te amo)
 
Inventaram os amores de cinema, de telenovela e da vida real. Inventaram o amor, ou o amor foi inventado a partir delas. Felizmente para nós, gostam de artigos defeituosos. Talvez por isso se diga que todos os cães têm sorte.”