E é altura de férias, em que temos mais tempo livre para as nossas coisas, inclusive pensar em tudo, em coisas que são para pensar e em coisas que não precisavam que pensássemos nelas. Às vezes ponho-me a pensar na pessoa que me tornei. Gostava de sentir as coisas de outra maneira. Como as sentia dantes, antes de me magoar…
Sei que hoje sou uma pessoa mais forte, mas graças a isso sinto-me uma pessoa mais fria e que não permite que as outras pessoas se aproximem o suficiente, o quão gostava que se aproximassem. Eu tento mudar, tento mesmo. Acho que agora a única saída que tenho resume-se a ou continuo como estou ou dou-me de coração aberto e estou susceptível a tudo que possa acontecer novo ou de novo. Eu quero mudar porque eu quero voltar a sentir. Quero voltar a sentir e a viver um amor como uma adolescente parva apaixonada que dá tudo por aquilo em que acredita. Eu fui assim. E eu quero voltar a ser assim. Quero voltar a sentir-me amada e quero voltar a amar. Eu não consigo amar com esta barreira que não me deixa passar aquele limite de emoções.
O problema maior é que eu sei que isto só tende a piorar. Sei que se não me contrariar, se não contrariar a minha maneira de reagir ao que me fez sofrer, só serei uma pessoa cada vez mais fria e cada vez mais fechada. Mas eu não quero. Eu quero perder a cabeça por um amor, como já perdi. Eu quero voltar a sentir. Eu sinto essa necessidade… Isso e só.
Foi preciso.